Tio
Nadinho é o único irmão da minha mãe, eu herdei deles o vício
por café preto, e também o apelido de Bam. Me lembro desde criança,
tio Nadinho chegando em casa de cavalo, botas e chapéu, logo se
colocava a mesa pro café, eu pedia a benção, e ele respondia (como
é até hoje): - Deus lhe faça feliz, bem feliz! E vinha passar a
barba na minha bochecha, ele sempre deixava a barba por fazer quando
iria me ver pra fazer esta brincadeira, e eu me acabava de rir.
Tia
Ana fazia uma feijoada de feijão preto na panela de barro quando eu
ia passar férias na roça na casa de vovó, que só de pensar, até
hoje em dia me dá água na boca. Sempre meiga e paciente, não me
recordo de ter visto tia Ana alterar a voz, mesmo sendo mãe de seis
filhos. E as noites, naquele tempo não tinha energia elétrica, ela
junto com vovó nos levava pra Casa de Farinha, aquele cheirinho
delicioso, os deliciosos beijús quentinhos, e contava um monte de
histórias, inclusive de assombração que nos deixavam mortos de
medo.
Tia
Ana também foi o anjo escolhido por Deus para acompanhar os últimos
momentos de vida da minha Vó Laudionora, foi ela que mesmo estando
“recém -parida” do seu caçula Isnar, amparou o corpo de vovó e
colocou suavemente no chão, evitando que ela caísse.
Estas
são pessoas especiais, que me trazem tão doces recordações, e
irão representar minha família materna neste momento especial.
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